Zé Cafofinho e suas Correntes

'Dança da noite'

"O disco tem uma tensão muito interessante entre antigo e moderno, raiz e antena,rural e urbano.A textura sonora é muito legal, remete a um monte de coisas bacanas (áfrica,caribe, samba e sertão), mas tem um lance ali muito próprio, original. E gosto muito das canções, com as suas letras fragmentárias bem interessantes.
Estou feliz por fazer parte desse trabalho" (Arnaldo Antunes)


Eis o novo trabalho de Zé Cafofinho, alter ego do multi-instrumentista pernambucano Tiago Andrade.Dança da noite, nome do disco que sai da música assinada em parceria com Arnaldo Antunes, também tomou gosto de um dos caras mais ilustres da música brasileira, Rildo Hora. Com ele, Zé Cafofinho assina Bigode e o mestre ainda empresta a gaita para Vamos pra rua.

Maduro na inventividade e seguro em seu olhar poético e social, Zé Cafofinho chega em Dança da noitepara afirmar suas composições, com arranjos que trazem uma marca singular ao trabalho. A voz grave e intensa carimba o som de forma original.

O disco, todo gravado em 'sistema-caseiro-de-muita-qualidade' ou home estúdio – uma tendência seguida por vários artistas, por dar liberdade no processo de criação – foi mixado por Berna Vieira, antigo parceiro, e masterizado pelo requisitado Gustavo Lenza (que trabalha com gente como Céu). Foram quase dois anos de produção até a chegada do disco nas lojas.

Há mais de dez anos como figura presente na cena musical do Recife, Tiago Andrade traz para sua criação contemporânea a viola de arco – seu principal instrumento -, e desvenda novas possibilidades para uma realidade desenfreada de inúmeras produções musicais.

Com ele, 'amarram-se' as Correntes, banda que o acompanha desde 2006, quando estreou em carreira solo com o CD Um pé na meia e outro de fora. Cláudio Negão (Baixo), Felipe Gomes (banjo), Márcio Oliveira (trompete) e Márcio Silva (bateria) assinalam uma marca peculiar na formação, apresentando a mesma legitimidade quando chegam ao palco.

Músicas dos outros projetos do artista, Variant, Originais do Sample e Songo, também entram em Dança da noite. Uma trajetória que deu alegrias, como as músicas Conceição, que rendeu a gravação de um videoclipe pelo Prêmio Criando Imagens, do Instituto Criar (SP), em 2007; Meio de transporte, selecionada no mesmo ano para compor a coletânea The rough guide to Brazilian street party (Inglaterra, Wmusic Network), junto a outras canções de artistas brasileiros como BNegão, Lulu Santos, João Donato, Marcelinho da Lua; e Espinhos, parceria do Originais do Sample com China, figura versátil e carismática da cena cultural recifense.


:: Dança da noite – um faixa a faixa rasteiro, por Zé Cafofinho:


1) Poço - Um tema dos Balkans que se une a uma letra de 1993. Coisa que se tira da gaveta.

2) Xirley – Fiz para o originais do Sample, em 2003. Um breguinha... Já pelo 'gosto popular' entra neste álbum como nossa 'música de trabalho'.

3) Bigode – Tem Rildo Hora na parceria. Me Aproximei dele por conta do meu pai (Gaspar Andrade), que também toca gaita. Rildo me mandou a melodia e a harmonia por e-mail e eu respondi rapidinho com a letra.

4) Diké – música de Marco Axé (percussionista de Otto). Xirley, Bigode e Diké compõem uma 'trilogia do adultério'.

5) Dança da noite – Tinha a música inteira pronta e uma letra bem pequena. Aí conheci no último carnaval a filha de Arnaldo, Rosa. Pedi o email dele e enviei Dança da noite em mp3. A resposta veio três meses depois, já marcando um encontro para gravarmos e ensaiarmos juntos no Estúdio das Cavernas, em SP (de Chiquinho, Homero Basílio e China).

6) Pra eles, pra elas – Foi um processo de criação parecido com Poço. Coloquei uma letra que tinha em cima de uma música criada pelas Correntes. Não sei como definir não... Pra dizer que é uma 'afro-beat', prefiro não definir...

7) Jasmim – Uma marchinha antiqüíssima e que agora sai da gaveta com um arranjo com cara de fanfarra do Leste Europeu

8) Cana Dura – Música que nasceu pronta... Um 'reguinho' (diminutivo de reggae), mas eu pensei tanto em Cartola quando fiz essa música...

9) Vamos pra rua – Fiz a primeira frase na viola e repeti no pedal de loop. A múisca surgiu. Na gravação, só viola, voz, bateria e a gaita de Rildo Hora.

10) Silêncio - Era uma dia de sol da porra. Comecei a ler umas poesias horríveis numa 'revista aí' e vi que o bom mesmo era ir para a praia. Fiz a música. "Não vejo filme, nem leio poesia / o bom mesmo que eu gosto é camarão de bacia"

11) Torcida – Crônica de um encontro, que poderia ter sido no parque Treze de Maio ou em Dona Nita, da Rua da Hora...

12) Dança da Noite remix – Deixei esse remix na mão do Sunga Trio (China, Chiquinho e Homero Basílio). E Dengue colocou o baixo.


Pé na meia

Primeiro disco do projeto solo de Zé Cafofinho e suas Correntes, Um pé na meia outro de fora reúne 13 faixas próprias, algumas em parceria com músicos pernambucanos como Bactéria (Mundo Livre e Variant), China (Del Rey), João Carlos (Orquestra Sinfônica do Recife), Hugo Gila (Variant e Academia da Berlinda) e integrantes da Mombojó (Chiquinho e Marcelo Machado), com os quais Zé Cafofinho convive faz tempo. Há ainda participações de nomes como Pupilo (Nação Zumbi), que assina mixagem e bateria de algumas músicas, e Berna Vieira (Bonsucesso Samba Clube e Estúdio Batuka), responsável pela gravação e mixagem de algumas faixas. O CD esteve entre os 20 discos mais vendidos em 2007 pela Tratore, que distribui o trabalho dentro e fora do Brasil.
















Obtenha o Flash agora!

Para ouvir ou exibir este conteúdo, será preciso atualizar a sua versão do Flash.






Previous
Next Post »